África rachando? Cientistas acham bolha quente nas profundezas do planeta

A equipe coletou gases superquentes de poços geotérmicos a mais de 2.000 metros de profundidade. Com equipamentos precisos, eles analisaram os isótopos de um gás chamado néon, um tipo de “assinatura química” que ajuda a identificar de onde os gases vieram.

O resultado surpreendeu: a composição desses gases é praticamente idêntica à de rochas vulcânicas de outras regiões da África e até do Havaí. Isso indica que existe um mesmo tipo de rocha quente e profunda alimentando toda essa atividade vulcânica e empurrando os continentes para longe um do outro.

É como se existisse uma única fonte poderosa, uma “superpluma” vindo do centro da Terra. Esse fenômeno está ajudando a rachar a África de norte a sul.

Região do Rift Valley, no leste da África, está passando por um processo de separação da crosta terrestre. Esse fenômeno permite que o magma das camadas mais profundas suba até a superfície, dando origem a vulcões e terremotos.

Três placas em movimento constante. A área faz parte do chamado Triângulo de Afar, uma junção de três placas tectônicas em deslocamento: a da Arábia, a da Somália e a Núbia. Esse movimento contínuo, ainda que lento, causa instabilidade e transforma o relevo da região, de acordo com Álvaro Crósta, professor titular de geologia da Unicamp em entrevista a Tilt.

A ruptura teve início há mais ou menos 33 milhões de anos e, a longo prazo, vai levar à separação dessa área triangular da África.
Álvaro Crósta


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